Lesões esportivas e as fases do processo de recuperação

As lesões esportivas são um pesadelo para qualquer atleta, pois implicam a suspensão do exercício e da competição por um determinado período de tempo. Como é o processo de recuperação?
Lesões esportivas e as fases do processo de recuperação

Última atualização: 11 janeiro, 2020

No artigo a seguir, entraremos no mundo das lesões esportivas e a sua subsequente recuperação. Para isso, é essencial entender no que elas consistem e as fases exigidas para a sua recuperação. Além disso, é bom estar ciente das consequências negativas que esse problema físico causa no atleta.

As lesões esportivas

As lesões esportivas são de grande importância, pois geram um tempo de inatividade com múltiplas consequências adversas para o atleta. Os efeitos podem ser mais ou menos prejudiciais, dependendo da gravidade da lesão, do momento em que ocorrem e da sua evolução.

As lesões são um componente indesejável e inevitável do esporte. Por causa delas, os atletas devem ficar fora do treinamento e da competição por um período variável de tempo.

Esse período acarreta consequências negativas ao nível fisiológico, pois implica uma perda parcial ou total das adaptações obtidas com o treinamento. Portanto, o desempenho esportivo é afetado.

O que entendemos por lesões esportivas?

Não existe uma definição única e universal para esse conceito. A maioria das definições foi proposta da perspectiva médico-terapeuta. No entanto, aquela que melhor se adequa ao campo da atividade física e das ciências do esporte é a oferecida por Lalín (2008):

“Uma lesão é um dano corporal que afeta o bem-estar e é causado por um mecanismo direto ou indireto em uma região anatômica. Esse dano afeta cronicamente ou de forma aguda e também mantém o sujeito fora de sua atividade esportiva física por um período mínimo de 24 horas. Portanto, pode causar uma deterioração da sua capacidade funcional, da sua competência física ou o fim da sua vida esportiva”.

As lesões esportivas

Fatores que predispõem o atleta a uma lesão

Segundo Shrier (2007), as causas entendidas como uma condição necessária para a ocorrência de uma lesão são muito heterogêneas. Portanto, esse risco é multifatorial, embora possa ser dividido em diferentes fatores que produzem maior predisposição e suscetibilidade do atleta a lesões:

  • Nível de habilidade.
  • Características da superfície do campo.
  • Atitude e postura do sujeito, bem como seus desequilíbrios.
  • Aquecimento inadequado.
  • Baixa capacidade proprioceptiva.
  • Níveis inadequados de força muscular.
  • Falta de trabalho de flexibilidade.
  • Uma recuperação insuficiente ou inadequada.
  • Hábitos e estilo de vida.

Readaptação e recuperação após lesões esportivas

Uma vez explicado e compreendido o conceito de lesão esportiva e as consequências negativas que ela produz no atleta, podemos aprofundar a importância de reduzir ao máximo o tempo de inatividade física. Após a lesão, começa um período conhecido como readaptação.

readaptação é o processo geral pelo qual a equipe médica terapêutica e física restabelece, desenvolve, melhora e otimiza a funcionalidade e aptidão do atleta lesionado. O objetivo desse trabalho é facilitar e garantir ao atleta o retorno às atividades esportivas o mais rápido possível.

Uma das características desse processo é que ele deve ser abordado de diferentes perspectivas. Portanto, para realizá-lo, o mais importante é ter uma equipe multidisciplinar, na qual médico, fisioterapeuta e treinadores físicos participem de maneira coordenada.

Áreas de atuação profissional

Lalín (2008) afirma que existem duas áreas funcionais da atuação profissional:

  • Recuperação funcional esportiva: refere-se ao processo pelo qual um profissional clínico cura a estrutura lesada e recupera a sua função normal.
  • Reabilitação física: neste caso, o esforço físico é treinado, com o objetivo de restaurar e melhorar os padrões físicos e motores do atleta.

Fases do processo da recuperação de lesões esportivas

O processo deve ser estruturado em fases, com o objetivo de ser capaz de definir claramente os objetivos e conteúdos específicos em cada uma delas. O autor mencionado (Lalín, 2008) estabelece a seguinte separação em etapas:

  • Abordagem ou recuperação funcional: busca manter os níveis básicos de aptidão física das estruturas não lesionadas e evitar a completa perda de funcionalidade do membro afetado pela lesão.
  • Orientação ou reabilitação física: neste caso, pretende-se fortalecer a área lesionada, além de melhorar os níveis de condição física geral.
Fases do processo de reabilitação física esportiva
  • Reeducação: o objetivo desta fase é reeducar os padrões motores específicos da modalidade esportiva, levando em consideração as necessidades do atleta.
  • Otimização ou treinamento específico: seu objetivo é o treinamento específico da modalidade esportiva.

É importante ter em mente que, independentemente do tipo de programa escolhido para realizar a reabilitação, os objetivos e o conteúdo do processo devem ser estabelecidos com base em critérios científicos. 

Portanto, é necessário uma estruturação e a aplicação corretas de exercícios adequados, adaptados à lesão a ser tratada.

Para concluir, é oportuno enfatizar que o mais importante para se obter sucesso na reabilitação será levar em consideração todas as fases, os objetivos e os conteúdos que completam esse processo. É importante tratar o atleta como um indivíduo único e usar o bom senso em cada etapa da recuperação.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Casais, L (2008). Revisión de las estrategias para la prevención de las lesiones en el deporte desde la actividad física. Apunt. Medicina de l´Esport, Vol 157:30-40.
  • Hughes, G., Watkins, J. (2006). A risk-factor model for anterior cruciate ligament injury. Sport Medicine, vol 36, Nº 5: 411-428.
  • Lalín, C. (2008). La readaptación lesional (I parte): fundamentación y contextualización. RED: Revista de entrenamiento deportivo, Tomo XXII, N.2: 27-35.
  • Lalín, C. (2008). La readaptación lesional (II parte): reentrenamiento físico deportivo del deportista lesionado. RED: Revista de entrenamiento deportivo, Tomo XXII, N. 3: 29-37.
  • Murphy, D.F; ConnollY, D.A.J; Beynnon, B.D (2003). Risk factors for Lower extremity: a review of the literature. Bristish Jorunal of Sports Medicine, Vol 37: 13- 29.
  • Pfeiffer, R.P., Magnus, B.C. (2001). Las lesiones deportivas. Barcelona: Ed. Paidotribo.
  • Petersen, J; Hölmich, P (2005). Evidence based of hamstring injuries in sport. British Journal of Sports Medicine, Vol 39: 319-323.
  • Shrier, I (2007). Understanding Causal Inference: The future Direction in Sports injury Prevention. Clinic Journal of Sport Medicine, Vol 17; nº 3: 220-224.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.