Dor muscular pós treino é culpa do acido lático?

A dor muscular pós treino é um mal quase inevitável após o exercício físico; para reduzi-la, a melhor coisa a fazer é saber por que ela ocorre e como podemos atenuar seu surgimento após praticar esportes 
Dor muscular pós treino é culpa do acido lático?

Última atualização: 28 julho, 2018

É comum ‘jogar a culpa’ no ácido lático quando nossos músculos estão esgotados ou quando sentimos uma dor muscular pós treino. Este composto é produzido principalmente quando fazemos determinados esforços durante o exercício. Saiba mais a seguir.

O que é o ácido lático e como ele é produzido?

O ácido lático é produzido durante o exercício ou esforço feito pelos músculos através da metabolização do ácido pirúvico e de uma enzima chamada lactato desidrogenase.

Independentemente das explicações científicas, o que é certo é que sua quantidade aumenta depois do treino na academia, em casa ou no parque e que ele pode causar bastante dor e desconforto.

Isso não significa que as pessoas que não treinam não tenham ácido lático; mas sim que sua concentração é menor. Em condições normais, há menos de 2 mmol / l de ácido lático no sangue; no entanto, após o esforço, ele pode aumentar para até 12 mmol / l.

O ácido lático nos esportes

Se já faz algum tempo que você vem se exercitando, você certamente já leu ou ouviu falar sobre o ácido lático. É muito importante entender como ele funciona e por que ele aumenta quando treinamos. Primeiramente, não devemos considerá-lo como ‘o vilão do filme’ , como talvez poderíamos ter sido levados a acreditar na primeira vez que sentimos uma dor muscular pós treino.

O processo de aumento da enzima no sangue é benéfico; ele permite o reparo de fibras musculares danificadas durante o exercício e garante a produção de energia. Caso contrário, não apenas nossas pernas doeriam mais, por exemplo, mas também não teríamos forças para chegar em casa. Pior que a dor muscular pós treino, não?

Mulher exaurida fazendo exercício físico ao ar livre

Ácido Láctico, como age?

O ácido lático vem da decomposição da glicose quando não há oxigênio no treino; ou seja, quando levantamos pesos, por exemplo. É preciso uma grande intensidade e uma curta duração no treino para ocorrer o processo.

Conforme continuamos aumentando o esforço, o ácido se acumula e o corpo não tem tempo para eliminá-lo. A consequência? Uma acidificação das fibras musculares, que causa, por um lado, a incapacidade de obter energia e movimentos e, por outro, o impedimento da união entre o cálcio e as fibras musculares (que permitem a contração).

Portanto, quando temos muito ácido lático no corpo, não temos a energia ou o combustível necessário para contrair os músculos. A única maneira de reduzir a dor muscular pós treino é deixar de treinar por um dia ou até que os níveis voltem ao normal.

Mas também devemos ter em mente que, para evitar as consequências do excesso de ácido lático, o melhor remédio é o treinamento. Pode parecer contraditório, mas é necessário dar ao organismo mais de um elemento para que ele assim possa criar um mecanismo de adaptação.

Para entender melhor: se dermos mais ácido lático aos músculos, eles terão um plano de ação para evacuar esse ácido adequadamente e assim aguentar os esforços diários. A princípio vai doer, incomodar; mas com o passar dos dias, notaremos que as extremidades ou grupos musculares não estarão tão cansados e que podemos, portanto, aumentar as cargas sem problemas.

Ácido lático e dor muscular pós treino: derrubando mitos

Homem correndo ao ar livre

Durante muito tempo pensou-se que o aumento de ácido lático no sangue era a principal causa de acidose no corpo e, por consequência, das famosas ‘dores musculares’ ou ‘cãibras’ derivadas do esforço excessivo e das microrrupturas das fibras.

No entanto, estudos derrubaram esse mito. O ácido lático não tem a capacidade de provocá-las; pois as dores musculares também ocorrem em pessoas que não se exercitam e que até mesmo passam horas em uma mesma posição.

Além disso, quando ocorre uma cãibra, o músculo não possui grandes quantidades de ácido lático, mas sim de lactato; ou seja, o elemento que ainda não foi metabolizado.

Quando a acidose acontece durante os exercícios extremos, a reação orgânica é completamente diferente e separada daquela na qual o lactato intervém e, em seguida, o ácido láctico.

Finalmente, um conselho de quem pratica corrida: depois de uma corrida ou treinamento em que o corpo for exigido até a sua capacidade máxima, a melhor maneira de prevenir que o ácido lático cause estragos é trotar de forma suave e lenta durante alguns minutos. Desta forma, o sangue será capaz de drenar os excessos de lactato no organismo.


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