A eletroestimulação e o condicionamento físico
No final dos anos noventa, foram comercializados cintos elétricos que prometiam desenvolver o abdômen mediante pequenos impulsos. Eles eram vendidos pela televisão, e muitas pessoas pensavam que eles não davam resultados. No entanto, os princípios da eletroestimulação são reais e podem ser implementados no esporte.
Hoje em dia, existem dispositivos muito mais completos. Profissionalmente, essa tecnologia é utilizada com dois fins: terapêutico e para o condicionamento físico. Certamente, existem muitos mitos ao redor do uso da eletricidade para o desenvolvimento muscular, e por isso muita gente desconfia da sua eficácia.
A eletroestimulação dentro do condicionamento físico
O princípio é simples: trata-se de estimular o desenvolvimento muscular mediante cargas elétricas controladas. Isso é conseguido mediante um aparelho denominado eletroestimulador. Esse sistema, então, se encarrega de transmitir ao corpo energia elétrica de forma focalizada em um ou vários grupos musculares.
Essa tecnologia foi desenvolvida na antiga União Sovética, na década de sessenta. A princípio, a eletricidade foi utilizada para aumentar a força muscular dos astronautas. Então, essa terapia foi chamada de “corrente russa” ou Kotz.
No entanto, posteriormente, a técnica extrapolou o objetivo para qual foi criada, chegou no mundo esportivo e na cultura popular. Mas realmente podemos desenvolver a musculatura mediante a eletroestimulação?
A eletricidade fomenta o desempenho muscular
Na prática, a eletroestimulação fomenta o desenvolvimento muscular, mas não da maneira que imaginamos. Assim, não se trata de poder adquirir um maior volume aplicando algumas descargas, mas o desempenho dos músculos pode melhorar a partir das contrações.
Além disso, até certo ponto, a tonificação também pode aumentar. Poderíamos dizer que, com um melhor desempenho, será mais fácil conseguir uma melhor tonificação muscular. Por outro lado, o que será impossível é ganharmos massa sentados em uma poltrona apenas por apertar um botão.
Para além disso, esse é um método útil para combater a atrofia muscular se estivermos com alguma lesão ou condição desfavorável.
Assim, os músculos poderão registrar certa atividade sem a necessidade de exercer força ou fazer movimento. A eletricidade permite trabalhar a estabilidade articulatória e impacta nos músculos profundos, que são difíceis de atingir com o exercício.
Grande contribuição em um nível terapêutico
Realmente, a eletroestimulação tem maiores contribuições na recuperação muscular. Esse mecanismo serve para tratar patologias musculares, contraturas, lesões de ligamentos e demais problemas articulatórios. Inclusive, ela costuma ser implementada como tratamento para a dor.
O maior potencial reside na possibilidade de realizar trabalhos musculares sem a necessidade da atividade física. Nas terapias, pode-se dirigir a corrente elétrica para regiões do corpo específicas, assim como também trabalhar mais de uma centena de músculos de forma simultânea.
Como explicamos anteriormente, não é que essa tecnologia não gere tonificação. O que ocorre é que a sua contribuição é realmente muito pequena. De fato, as descargas geram testosterona e queimam calorias, mas em uma escala reduzida.
Melhorando o nível esportivo
Podemos imaginar a contribuição da eletricidade como um complemento para favorecer a contração e a resposta muscular. No entanto, não nos tornamos esportistas mais ágeis ou precisos pelo simples fato de se usar um eletroestimulador, afinal, as descargas não trabalham a coordenação dos músculos.
Um atleta que usa impulsos elétricos melhora a sua resposta e tem um impulso extra. Entretanto, para concretizar isso, ele deve realizar trabalhos físicos na academia e o seu treino de costume. Só assim ele poderá aproveitar essa otimização elétrica.
Os profissionais também aproveitam esse recurso para o tratamento de lesões. Essa é uma forma de os músculos não ficarem em um total estado de inatividade. Dessa forma, posteriormente, o regresso será um pouco mais tranquilo do que o normal.
Limitações e contraindicações da eletroestimulação
Vale a pena destacar que as sessões de impulsos elétricos são realizadas apenas duas vezes por semana. Essa técnica é feita com pouca frequência com a intenção de prevenir possíveis efeitos colaterais no organismo. Além disso, nem todos os indivíduos podem se submeter ao eletroestimulador.
Assim, as pessoas com cardiopatias, tumores e problemas de tendinite não devem recorrer a essa alternativa. Igualmente, as mulheres grávidas e pessoas com qualquer tipo de implante e aquelas que sofrem de tendinite também não podem usá-la.
As sessões com o colete vão de 10 a 20 minutos, de acordo com o perfil e a resistência de cada pessoa. Uma só sessão mantém os músculos em atividade durante 72 horas. De fato, o recomendável é aproveitar esse intervalo de tempo para treinar.
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