Doping no boxe: aspectos legais importantes
Apesar de todas as suas conquistas e personagens inesquecíveis, o boxe figura em um ranking longe de ser digno de orgulho. De acordo com números compilados pela WADA (Agência Mundial Antidoping), o boxe está entre as dez disciplinas com mais casos positivos de doping na história dos esportes. Continue lendo para aprender mais sobre o doping no boxe.
Existe mesmo um doping indetectável no boxe?
No final de 2017, dois médicos da WADA revolucionaram a medicina esportiva com uma descoberta alarmante. Eles alegaram que algumas pessoas estavam utilizando o conhecimento e as tecnologias da terapia gênica para alcançar um doping imperceptível.
As informações reveladas declararam que eles analisaram a injeção voluntária de um vírus que era capaz de modificar as informações genéticas do boxeador.
Isso aconteceu durante uma palestra de Nicholas Rizzo e Raúl Saucedo na 96° Convenção Anual da Associação Mundial de Boxe. Nesse dia, eles expuseram uma imagem completamente nova e bastante sombria.
Esses casos famosos deixaram claro que testes de laboratório e regulamentos esportivos não são responsáveis pelos novos métodos e técnicas de doping no boxe.
Por um lado, as brechas tecnológicas impediam os laboratórios da WADA de detectar casos como o chamado “doping genético”. Por outro lado, mesmo que fosse possível detectar a presença de um certo vírus no corpo do boxeador, seria improvável que a agência o penalizasse.
Essa prática não é expressamente proibida na legislação esportiva ou nos códigos da Agência Mundial Antidoping. Será então uma brecha nos regulamentos?
Portanto, a prevenção e o combate do doping no boxe dependeriam inevitavelmente do avanço da ciência e da medicina esportiva no futuro. O mesmo se aplica à atualização dos textos legais e regulamentos éticos que regem a prática do esporte a nível internacional.
Aspectos legais do doping: a importância de serem atualizados
O caso acima é um exemplo óbvio de que os aspectos legais do boxe devem ser atualizados constantemente.
Não é lógico pensar que, em um mundo que muda cada vez mais rapidamente, as leis e os regulamentos permanecerão sempre iguais. Devemos assumir que tanto os esportes quanto os atletas estarão em constante transformação, seguindo o ritmo da sociedade.
Se falamos especificamente sobre o doping, podemos ver claramente como a modernização do próprio conceito permitiu um progresso significativo em sua prevenção. Tradicionalmente, interpretava-se como doping o uso de métodos, elementos ou substâncias químicas proibidas ou não regulamentadas.
Mas, com o passar dos anos e o surgimento de novas metodologias, o doping adquiriu uma dimensão mais ampla no campo esportivo. Após a publicação do Código Mundial Antidoping pela Agência Mundial Antidoping (WADA-AMA), o conceito começou a incorporar qualquer ato que viole as regras antidoping nos esportes.
Esse entendimento mais amplo também permitiu a discussão legal de doping para além do atleta. Durante vários anos, treinadores, médicos esportivos e membros da equipe técnica, médica e administrativa também foram culpados de doping.
O que é legalmente considerado doping no boxe?
Basicamente, doping é qualquer prática ou ato que viole as normas do Código Mundial Antidoping. Aqui estão alguns exemplos de doping esportivo:
- Usar métodos ou substâncias proibidas (ou tentar usar) durante competições ou eventos esportivos.
- Apresentar substâncias proibidas, bem como seus metabólitos e marcadores, na corrente sanguínea, na urina ou em outros fluidos corporais.
- Recusar a fornecer amostras ou evitar testes clínicos/médicos sem uma causa justificada.
- Cometer qualquer tipo de adulteração ou fraude em controles, estudos e resultados.
- Ausentar-se de testes programados fora da competição.
- Comprar, vender ou possuir substâncias e métodos proibidos (ou tentar fazê-lo).
- Facilitar, aplicar ou prescrever substâncias químicas proibidas aos atletas, bem como estimulá-los ou incentivá-los a consumir, comprar, vender ou facilitar a outros atletas.
- Fundar, promover ou participar de associações proibidas.
- Atuar como cúmplice de qualquer conduta mencionada acima, encobrindo ou não denunciando as infrações às autoridades competentes.
Após as controvérsias sobre o doping genético no boxe, a WADA também foi forçada a incorporar terapia gênica em sua Lista Proibida.
Por todo o exposto acima, de acordo com a WADA, aqueles que praticam “uso não terapêutico de células, genes ou elementos genéticos, ou modulação da expressão gênica, a fim de aumentar o desempenho atlético”, podem ser acusados pelo crime de doping.
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- Código Mundial Antidopaje. 2009. Extraído de: https://www.wada-ama.org/sites/default/files/resources/files/wada-code-2009-esp.pdf
- Asociación Mundial de Boxeo. Extraído de: https://www.wbaboxing.com/es/tag/asociacion-mundial-de-boxeo#.XkZigShKiUk
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