Muhammad Ali, o melhor boxeador da história

Muhammad Ali, ou Cassius Clay, ficou conhecido não apenas pelo que fez dentro do ringue, mas também por seus serviços humanitários e sua conversão ao Islã.
Muhammad Ali, o melhor boxeador da história

Última atualização: 02 novembro, 2019

Nascido no sul dos Estados Unidos como Cassius Marcellus Clay, esse atleta foi conhecido por seu nome religioso, Muhammad Ali. Sem dúvida, um boxeador com todas as letras, considerado o melhor da história. Neste artigo falamos sobre ele.

Muhammad Ali, o boxeador

Cassius Marcellus Clay Jr. nasceu em Louisville em 1942 e, de acordo com suas próprias palavras, nunca pensou que seria um boxeador.

Sua aproximação ao esporte deveu-se ao fato de que, quando tinha 12 anos, um ladrão roubou sua bicicleta. Ao denunciar o fato à polícia da cidade, um policial disse que antes de bater no criminoso, ele teria que aprender a lutar.

Aos 14 anos conquistou seu primeiro de vários títulos como amador. Em 1960, Cassius — ainda não conhecido como Muhammad Ali — participou dos Jogos Olímpicos de Roma aos 18 anos e ganhou a medalha de ouro por decisão dos juízes.

De volta à sua cidade natal, tornou-se um boxeador profissional e disputou várias lutas famosas, lembradas especialmente por seus nocautes. Em 1962, lutou no mítico Madison Square Garden, em Nova York, contra Sonny Banks. Foi a primeira vez que Cassius Clay foi nocauteado… E no primeira round!

No entanto, isso não o fez se dar por vencido, e ele continuou acumulando vitórias em diferentes partes dos Estados Unidos e fora do país. Sua fama internacional também aumentava.

Em 1967, foi suspenso dos ringues por se recusar a se alistar às forças armadas. Retornou três anos depois, graças à ajuda de um senador da Geórgia. Uma das lutas mais conhecidas dessa segunda etapa de sua carreira foi a que protagonizou com Joe Frazier, que enfrentou em três oportunidades.

Muhammad Ali, o boxeador
Imagem: AS USA.

Muhammad Ali anunciou sua aposentadoria do boxe em 1979, após nove meses desde a sua última luta. Em uma carta à Associação Mundial de Boxe, renunciou ao seu título. “Não tenho nada a provar, é melhor me aposentar como campeão”, foram suas palavras. No entanto, lutou mais algumas vezes até 1980.

O homem por trás do campeão

Além de seus recordes profissionais, com 56 vitórias — 37 por nocaute — e apenas 5 derrotas, Muhammad Ali ficou marcado mundialmente por sua vida fora dos ringues.

Criado no seio de uma família católica, decidiu se converter ao Islã e mudar seu nome. Mas antes teve que lutar por ser um garoto de cor e pelos problemas que isso trazia em seu país.

Naquela época, a segregação nos Estados Unidos era muito presente e os negros não tinham os mesmos direitos que os brancos. Muhammad Ali lutou muito para eliminar essa desigualdade e trabalhou ao lado de personalidades como Martin Luther King.

Quando ganhou a medalha olímpica em Roma e retornou vitorioso, seu país ‘o recompensou’ com um lugar na Guerra do Vietnã. Alegando objeção de consciência e sua adesão ao Islã, ele se recusou a viajar para a guerra.

O governo o considerou um traidor, tirou seus títulos e o sentenciou à prisão. Embora tenha sido libertado sob fiança, seu passaporte foi confiscado e ele não pôde deixar o país nem lutar mais.

Nesse momento, já muçulmano, aproveitou sua carreira profissional para divulgar a religião e seus preceitos em todo o país.

Terminada por completo sua carreira esportiva, realizou um grande serviço humanitário e de caridade por diferentes causas em vários países. Foi designado mensageiro da paz pelas Nações Unidas graças ao seu grande trabalho em lugares subdesenvolvidos.

Os últimos anos de Muhammad Ali
Imagem: Hollywood Reporter.

Os últimos anos de Muhammad Ali

Em 1984, foi diagnosticado com a doença de Parkinson, provavelmente devido aos golpes recebidos na cabeça em suas muitas lutas. Em 1996, foi escolhido para acender a pira olímpica dos Jogos de Atlanta. Já era perceptível a deterioração em suas mãos, mas ele conseguiu concluir a tarefa.

Morreu em 2016 aos 74 anos em Phoenix e por causas naturais, apesar de ter sido internado por problemas respiratórios.

Além da história e da lenda dentro do ringue, não podemos esquecer de Cassius Clay ou Muhammad Ali como um homem que teve que renunciar à sua carreira por decisões políticas, mas que retornou com toda a glória para demonstrar ao mundo que ele era e continuará sendo o melhor de todos os tempos.

Imagem da capa cortesia de Sports Illustrated.


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