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Como administrar um time de futebol de base?

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A chave para ser um bom treinador na base é se envolver no desenvolvimento das crianças. Hoje vamos falar sobre como favorecer o progresso dos pequenos atletas.
Como administrar um time de futebol de base?
Última atualização: 24 julho, 2019

Para administrar um time de futebol de base é importante implementar uma dinâmica de treinamento que esteja de acordo com o estágio de desenvolvimento pelo qual as crianças estiverem passando. Uma vez que essa tarefa for realizada, o potencial individual e coletivo poderá ser explorado ao máximo.

É importante enfatizar a aprendizagem usando procedimentos para a aquisição dos fundamentos do futebol. Esses fundamentos serão concomitantes ao desenvolvimento cognitivo, emocional e motor das crianças.

A resolução positiva dos conflitos, tanto individualmente quanto coletivamente, é a espinha dorsal do funcionamento do grupo, baseada em valores e regras de conduta. Cada treino deve ter a seriedade, a alegria e a motivação didática necessárias para criar um ambiente no qual se divertir com o esporte será a prioridade.

Metodologia

Uma estrutura de treinamento que use a maior quantidade de elementos e infraestrutura possível deve ser implementada. Os exercícios devem ser interessantes e com bola, captando ao máximo a capacidade de atenção.

Além disso, os fundamentos de habilidades individuais, tais como passes, controle, chutes ou corrida, juntamente com outros coletivos, tais como posicionamento, passe e marcação, serão trabalhados progressivamente.

Para administrar um time de futebol de base é necessário avaliar as capacidades individuais e coletivas constantemente. Entre essas condições a serem avaliadas estão: posições, funcionamento do grupo, lateralização predominante, funções executivas e nível de atenção, entre outras.

Esquema de treinos no futebol de base

Podemos distinguir os seguintes tipos de treinamento no futebol infantil, de acordo com a intensidade e especificidade do treino:

  • Aquecimento: jogos dinâmicos que exploram a atenção e a entrada no ritmo necessário para o treino. Os exercícios devem ser variados e trabalhar a velocidade de reação e a integração de vários elementos simultaneamente. Termina com o alongamento e dura de 10 a 15 minutos.
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  • Iniciação: exercícios curtos em pares ou em grupos que ativam a execução dos gestos motores necessários para o treino. Também podem ser feitas dinâmicas em espaços reduzidos e com uma duração de 10 a 20 minutos.
  • Média: série de exercícios de 5 a 8 minutos em pequenos espaços e com complexidade crescente. 20 a 25 minutos no total.
  • Alta: exercícios em espaços mais amplos, a fim de estimular o funcionamento global e também o movimento em bloco de acordo com a estratégia proposta pelos treinadores. Procura-se melhorar as habilidades necessárias para cada posição, desde a saída do goleiro até a finalização. Tempo total de 20 a 30 minutos.
  • Final: são feitos exercícios de relaxamento, tais como cobranças de pênalti, tiros livres e jogos dirigidos. Dura 5 minutos e termina com o alongamento.

Treinamento especializado

Cada criança precisa de uma abordagem especial, de acordo com a posição em que geralmente atua. De acordo com as partidas que forem disputadas, as habilidades a serem trabalhadas serão avaliadas e os trabalhos individuais serão elaborados.

A ideia é que em cada treino uma ou duas crianças sejam selecionadas para fazer um exercício específico separadamente. A abordagem individual reforça a confiança e faz com que cada criança se sinta especial.

O desenvolvimento

Na idade de 6 a 8 anos, as crianças têm um potencial bastante uniforme — salvo exceções. O desenvolvimento desse potencial pode ser medido subtraindo a quantidade de interferências no trabalho de aprendizagem realizado.

É por isso que os exercícios devem ser dinâmicos, não muito extensos e progressivos, mas também devem atrair ao máximo a capacidade de atenção das crianças.

O fato de as crianças entenderem o jogo não significa que todas tenham as habilidades motoras suficientemente desenvolvidas para executar os gestos motores que o esporte exige.

Dessa forma, é proposto um treinamento progressivo, no qual as cargas são distribuídas de tal forma que a criança primeiramente aprenda a executar os movimentos corretamente. Isso trará maior segurança à execução em futuras situações de competição.

Os exercícios progressivos

Como exemplo, um desses exercícios pode consistir em ensinar como fazer o movimento de salto, o posicionamento do corpo e como cabecear com bolas mais leves — de vôlei, por exemplo. Isso permitirá que a criança aprenda a correta execução física dos movimentos com maior segurança e maior precisão.

Uma vez que essa fase preliminar estiver concluída, começa a execução dos movimentos com uma bola de futebol. Assim, as condições serão adaptadas para que, à medida que os treinos forem acontecendo, elas sejam mais semelhantes aos jogos reais.

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Como lidar com as emoções no futebol de base?

O aspecto emocional é primordial. Não podemos nos esquecer em nenhum momento de que o modo como os técnicos enfrentam a vitória ou a derrota é um exemplo para as crianças. É necessário ter em mente que o motor do futebol é a alegria e a emoção que esse esporte provoca em uma criança.

Tanto as frustrações quanto as comemorações devem ser administradas. A dinâmica do futebol deve ser aproveitada para ensinar como encarar os obstáculos e os prêmios que vão chegar ao longo da vida.

Cada criança deve se sentir confortável com o seu papel. Finalmente, tanto a paciência quanto os reforços positivos serão aspectos básicos para lidar com as crianças.

O futebol de base, uma ferramenta social

Entendendo o futebol como uma ferramenta que promove habilidades de cidadania, é necessário implementar regras que busquem um senso de pertencimento e companheirismo. Portanto, para que a dinâmica do grupo seja adequada, as seguintes regras de conduta devem ser implementadas:

  • Pontualidade.
  • Comprometimento.
  • Trabalho.
  • Companheirismo.
  • Respeito ao adversário.
  • Cuidado com o uniforme e instalações.
  • Pertencimento.

Como lidar com as situações entre as crianças e com os pais?

É necessário solicitar uma reunião com os pais nas primeiras semanas a fim de comunicar o modo de trabalhar, de proceder e de resolver os conflitos. Também é esperado que os adultos façam parte do processo de formação. Por exemplo, eles podem acompanhar e aproveitar o ambiente criado por todos.

Por outro lado, o bullying não pode ser um tabu e a humilhação nunca deve ser uma forma de relacionamento. Assim, é necessário trabalhar com as crianças com maior predisposição a utilizá-lo, para que elas usem a sua influência sobre o restante do grupo de forma positiva e integradora.

Por sua vez, serão administradas ferramentas para que as crianças com predisposição para serem vítimas possam se dissociar desse papel.

Pode parecer que administrar uma equipe de futebol de base seja uma tarefa fácil. No entanto, trabalhar com crianças implica em ser uma parte ativa no seu desenvolvimento, trabalhando todos os dias para melhorar as suas habilidades.

Esse trabalho requer um grande conhecimento de outras áreas. Em muitas ocasiões, é necessário esquecer das táticas e técnicas e dar prioridade aos aspectos emocionais.  


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