Temos que aprender a conviver com os erros de arbitragem
Estando cientes de que a questão dos erros de arbitragem é bastante polêmica, devemos tentar entender o assunto da forma mais natural possível, para compreender até que ponto é absurdo descontar a frustração competitiva no árbitro.
Erros de arbitragem: a mesma história de sempre
Temporada após temporada encontramos erros de arbitragem abrindo a seção de esportes dos noticiários, porque a equipe da vez (independentemente de qual seja o esporte) foi prejudicada.
Não há nenhuma novidade se eu disser que a repercussão é muito maior se isso acontecer no mundo do futebol e com uma equipe que esteja entre os times grandes.
Muitos erros de arbitragem ocorrem em todas as competições, portanto vamos analisar essa questão em profundidade.
Qual é o processo para se tornar um árbitro?
Para começar, vamos nos situar no contexto, e para isso é bom, com objetivo empático, conhecer de maneira simplificada o que é a ‘carreira arbitral’ desde o princípio:
Com uma idade de cerca de 16 anos e por qualquer motivo que seja, difícil de explicar qual tendo em vista o futuro que os espera, um garoto ou uma garota adolescente decide se inscrever na federação regional no curso de arbitragem. Uma decisão livre e muito louvável.
Depois de superar um curso teórico e prático, que não é muito longo e que certamente não te prepara realmente para o que vai viver a cada fim de semana, começa o melhor: duas ou três temporada arbitrando jogos com crianças pequenas, das 9 às 14h, todos os sábados de manhã.
Certamente, são pessoas que valorizam o seu trabalho, apesar da pouca idade.
Depois de superar esses dois ou três anos maravilhosos, você começa a atuar o restante do final de semana, subindo gradualmente de categoria.Finalmente, apenas alguns privilegiados chegam à elite, exatamente da mesma forma que acontece com o restante dos atletas.
Assim, eles não são tão diferentes um do outro, certo?
É possível refletir
Pois bem, levando tudo isso em conta, alguém ainda consegue pensar que um árbitro acordou em um sábado ou domingo às 7h30 para prejudicar alguém com suas decisões deliberadamente?
Eu não acho que alguém possa duvidar que a pessoa encarregada de dirigir o jogo tenta fazer o seu trabalho da melhor maneira que sabe mas que pode, sem a intenção de prejudicar ninguém (certamente no mundo profissional e muito menos no nível amador), cometer erros de arbitragem.
O principal problema é que criticar o árbitro durante um jogo se tornou algo comum, algo que vemos como normal tanto no esporte de primeiro nível quanto nas categorias de base onde, assim como os jogadores, os árbitros também estão aprendendo, independentemente de terem 16, 20 ou 38 anos de idade.
Estes voluntários ou profissionais trabalham tanto ou mais do que os jogadores para fazer o seu trabalho da melhor maneira possível, tanto fisicamente quanto teoricamente e psicologicamente.
É bastante injusto que a partir de dentro do campo os jogadores reclamem de tudo. E mais ainda do lado de fora. Ninguém vai gostar que gritem todas as vezes que fizermos um trabalho ruim, porque todos nós obviamente nos enganamos.
Todos cometem erros
É tão difícil de entender que eles têm que decidir em um segundo, levando em conta inúmeras variáveis, juntamente com a pressão adicional de que não vão agradar metade da torcida?
É tão difícil entender que eles não estão na mesma posição que você e, portanto, é possível que eles não vejam o mesmo que você? Devemos sempre nos lembrar de que eles são humanos e podem cometer erros e, assim, tentar assimilar as falhas com naturalidade, faz parte do jogo.
É necessário começar a perceber todas essas coisas e que, por mais que a tecnologia seja introduzida no esporte (seja na forma de VAR, IRS…), os árbitros vão continuar a cometer erros. Contar seus erros só aumenta as chances de que eles façam isso novamente na próxima vez.
É difícil mudar a questão do respeito aos árbitros da noite para o dia, mas vamos esperar que a consciência reine e seja um pilar para que, a próxima vez que virmos um jogo e nos comportamos da maneira descrita, possamos nos lembrar de todas as circunstâncias que estão ao redor do árbitro.
Muitas vezes, os pais também não dão o melhor exemplo na prática do respeito pelo árbitro.
Conclusão: como lidar com os erros de arbitragem?
Ao descrever o coletivo da arbitragem, devemos entender que estamos nos referindo à grande maioria que leva o seu trabalho a sério, que trabalha durante a semana inteira para ficar melhor a cada dia.
Não estamos falando daqueles que certamente também existem, assim como em todas as profissões, que simplesmente estão nela por dinheiro e que procuram avançar com a lei do mínimo esforço.
Tente se lembrar de que os árbitros são atletas que só querem estar presentes nos mesmos jogos que os jogadores, que sem eles o esporte não seria possível e que eles são uma equipe, embora muitas vezes sem torcida.
Esperamos que a prudência reine, para o bem dos árbitros, do esporte e da educação, tanto para as crianças quanto para os mais velhos. O espírito esportivo e o respeito devem sempre prevalecer.
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.