Suplementos alimentares sem evidência científica clara
O Instituto Australiano de Esportes (AIS) classificou os suplementos alimentares, especificamente as ajudas ergogênicas, que os atletas usam de acordo com o nível de evidência científica. Entre eles, temos os suplementos alimentares sem evidência científica clara.
O termo “evidência científica” refere-se a tudo o que foi demonstrado através do conhecimento científico. Foram realizadas pesquisas sobre o produto e foram caracterizadas suas funções e efeitos no organismo.
Vamos falar dos suplementos da Categoria B, classificados pela AIS. São produtos dietéticos aos quais se especifica uma possível função no mundo dos esportes, mas as evidências não são suficientemente concretas para serem apoiadas pela comunidade científica em geral.
Comecemos pelo início…
A ‘ergogênese‘ é o conjunto de processos fisiológicos pelos quais o organismo produz energia. A eficiência na produção de energia é uma característica fundamental no mundo dos esportes.
No mercado podemos encontrar diferentes produtos que podem resultar em uma vantagem de desempenho. São os chamados de ajudas ergogênicas.
Quando estamos determinados a experimentar esse tipo de produto, é importante procurar orientação de um profissional. Um especialista nos ajudará a selecionar os suplementos que melhor se adaptam às nossas características e com mais evidências científicas.
Ergogênese natural ou potencializada?
É importante levar em conta que esses produtos não são a substituição do treinamento ou da disciplina do atleta. Somente obteremos efeitos que realmente façam diferença em uma competição se as ajudas ergogênicas forem tomadas dentro de uma estrutura de preparação esportiva.
Sempre que te propuserem consumir um suplemento dietético, é preciso responder a duas perguntas: com quais benefícios está associado? Quais podem ser as consequências de seu consumo?
Classificação de suplementos ou ajudas ergogênicas
A- Suplementos alimentares com evidência científica
- A comunidade científica valida seu uso.
- Os benefícios esperados variam de acordo com a pessoa.
- É aconselhável educar os atletas e treinadores sobre seu uso correto.
- São realizadas pesquisas científicas, para cada esporte, para o uso desses suplementos.
Suplementos
- Bebidas esportivas (bebidas com carboidratos e eletrólitos)
- Géis esportivos
- Barras esportivas
- Suplementos de cálcio
- Suplementos de ferro
- Probióticos de apoio
- Multivitamínicos/minerais
- Vitamina D
- Bebidas de reposição de eletrólitos
- Cafeína
- Creatina
- Bicarbonato
- β-Alanina
B- Suplementos alimentares sem evidência científica clara
- Não há evidências científicas suficientes para recomendar seu uso.
- Possíveis benefícios constatados.
- Podem ser usados:
- Como parte de uma pesquisa
- Como tratamento clínico controlado por um profissional
Suplementos:
- Antioxidantes C e E
- L-Carnitina
- HMB (β-hidroxi-β-metilbutirato)
- Glutamina
- Glucosamina
- Quercetina
- Curcumina
- Frutas exóticas (açaí, goji berry, etc.)
- Outros polifenóis antioxidantes e anti-inflamatórios
C- Suplementos alimentares sem evidência científica
- Não há evidências que sustentem sua recomendação.
- Se as pessoas quiserem utilizá-los:
- Devem conhecer os riscos e estabelecerem regras de segurança.
- Os vendedores devem dar regras de garantia.
- Devem estar sob controle profissional.
Suplementos
- Ribose
- Lactaway
- Coenzima Q10
- Vitaminas que não fazem parte da categoria A
- Ginseng
- Águas oxigenadas
- Óleos MCT (Medium Chain Triglycerides)
- Piruvato
- O resto (se não se encontra na categoria A ou B, provavelmente se encontra nesta categoria)
D- Suplementos proibidos
- Alto risco de produzir um ‘doping’ positivo
Suplementos
- Efedrina
- Estricnina
- Pró-hormônios ou elevadores de hormônios (boosters):
- DHEA
- Agonistas Beta-2-Adrenérgicos:
- Higenamina
- Glicerol
Neste artigo, vamos nos concentrar nos pertencentes à categoria B, com uma leve evidência científica. Estão relacionados a propriedades e funções específicas, mas são necessárias mais pesquisas para demonstrar isso.
Em seguida, faremos uma análise das ajudas ergogênicas (Cat.B) que têm um número maior de estudos até o momento.
L-Carnitina
A função fisiológica da L-Carnitina consiste no transporte de ácidos graxos para o interior da mitocôndria. A hipótese que surge com este produto é que aumentará o transporte de ácidos graxos acima dos níveis fisiológicos, o que resulta em uma economia das reservas de glicogênio.
É postulado que, com uma dose de 2-4 g/dia de L-carnitina, juntamente com 170 gramas de carboidratos simples (que promovem a produção de insulina), podemos obter os efeitos.
HMB (β-hidroxi-β-metilbutirato)
Tem-se a ideia hipotética de que poderia inibir a degradação de proteína muscular, de maneira que aumentaria a massa muscular e a força do atleta. Em particular nos ciclistas, poderia produzir um aumento no volume máximo de oxigênio (VO2max).
Glutamina
A glutamina estimula a enzima glicogênio sintase, ou seja, ressintetiza as reservas de glicose. Além disso, poderia ser considerado um imunomodulador, já que poderia melhorar a resistência a infecções.
Glucosamina
Espera-se demonstrar que seja um produto eficaz na reparação da cartilagem. Poderíamos reduzir a dor e a lesão nas articulações em esportes de alto impacto (tênis, salto em distância…)
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- Moriones, V. S., & Santos, J. I. (2017). Ayudas ergogénicas en el deporte. Nutricion Hospitalaria. https://doi.org/10.20960/nh.997
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