Exercícios e doenças cardíacas: quando são indicados e seus efeitos
As doenças cardíacas são um dos grupos de doenças mais associadas à mortalidade no mundo ocidental. Neste artigo, veremos as doenças cardíacas mais frequentes e como os exercícios podem ser uma grande ajuda para evitar seu aparecimento e progressão.
Esse tipo de doença é caracterizada por ser um problema que se manifesta mais frequentemente com a idade, embora também possa haver casos de doenças cardíacas de origem genética que ocorrem em pacientes jovens e atletas.
Doenças cardíacas
As doenças cardíacas ou cardiovasculares são aquelas que afetam o coração ou os grandes vasos. Como já dissemos, são patologias de alta mortalidade e grande incidência na população ocidental. Elas são classificadas em vários tipos:
- Grupo de doenças incluídas na chamada síndrome coronariana aguda. Entre essas doenças estão o infarto agudo do miocárdio e a angina de peito, tanto a angina de esforço como a angina estável. São doenças que implicam uma menor circulação coronariana, geralmente devido a depósitos de placas de ateroma. Podem levar a alterações estruturais nas paredes do coração, o que acaba levando à insuficiência cardíaca.
- Outro grupo de doenças são as valvulopatias. São doenças das válvulas cardíacas que podem ser genéticas ou surgir devido a lesões prévias no coração, geralmente após um infarto agudo do miocárdio.
- Patologias genéticas que podem afetar pacientes jovens e atletas. Podem ser síndromes arrítmicas, como a síndrome de Wolff-Parkinson-White ou a síndrome de Brugada, ou doenças estruturais, como a cardiomiopatia hipertrófica ou a displasia arritmogênica.
Exercícios para tratar doenças cardíacas
O esporte é um ótimo aliado para nos mantermos saudáveis. Os benefícios que ele oferece ao nosso sistema cardiovascular já são conhecidos. No entanto, quando falamos de patologias já existentes, pode haver controvérsia sobre se é conveniente ou não praticar esportes.
Veremos, seção por seção, os possíveis benefícios da prática esportiva para cada grupo de doenças cardiovasculares mencionado.
Síndrome coronariana aguda
A síndrome coronariana aguda é um grupo de patologias cardiovasculares relacionadas à idade. À medida que envelhecemos, substâncias derivadas do colesterol são depositadas nas paredes de nossas artérias coronárias.
Esses depósitos formam as placas de ateroma, que podem se romper e eventualmente obstruir a artéria coronária. Se isso acontecer, uma região do músculo cardíaco deixa de receber sangue e pode se tornar necrótica, o que é conhecido como infarto.
No entanto, por determinadas alterações estruturais de origem genética, esses infartos podem ocorrer em pacientes jovens, como aconteceu recentemente com o goleiro espanhol do Porto, Iker Casillas.
O exercício deve ser evitado durante os meses posteriores ao infarto, pois o tecido infartado forma uma cicatriz que precisa ser curada.
No entanto, é altamente recomendável praticar exercícios vasculares posteriormente para melhorar a função do coração e impedir que apareçam as alterações típicas da insuficiência cardíaca.
Valvulopatias
As valvulopatias são um grupo de doenças muito heterogêneo. Isso se deve ao fato delas terem sua origem em alterações estruturais causadas por um infarto devido à idade, alterações genéticas ou até hipertensão arterial mantida ao longo do tempo.
O exercício é recomendado desde que não possa desencadear uma patologia mais grave, como um infarto ou uma arritmia ventricular. Para isso, cada caso deve ser acompanhado por um cardiologista, que avaliará se o exercício físico é benéfico ou prejudicial.
Doenças genéticas
As doenças genéticas como a displasia arritmogênica ou a síndrome de Brugada podem ser potencialmente perigosas. Isso ocorre porque elas geralmente têm poucas manifestações clínicas e podem passar despercebidas (especialmente a displasia).
Em momentos de alta demanda do sistema cardiovascular, como durante a prática de exercícios, pode ocorrer a morte súbita por conta da insuficiência ventricular.
Por fim, outras doenças como as cardiomiopatias podem ser mais progressivas. Portanto, o exercício é uma ferramenta fundamental para retardar sua progressão e melhorar os sintomas.
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