Como atacar uma defesa por zona no basquete

Descubra alguns conceitos básicos que nossa equipe deve saber se quisermos atacar com sucesso a defesa por zona imposta pelo oponente e manter o controle da partida.
Como atacar uma defesa por zona no basquete

Última atualização: 11 novembro, 2019

A defesa por zona é um dos recursos geralmente utilizados pelos treinadores quando, por qualquer razão, percebem que sua equipe está sendo uma verdadeira peneira defensiva e o adversário é capaz de chegar a cesta com muita facilidade. Neste artigo, ensinamos como atacar uma defesa por zona.

Existem vários tipos de defesa por zona oferecidas pelo basquete: pares, ímpares ou mistas. Todos elas se assemelham por priorizarem a defesa de um espaço específico da quadra defensiva sobre a defesa individual.

Como qualquer ação, essa modificação defensiva deve, irremediavelmente, produzir uma reação sobre o adversário, que é forçada a buscar soluções contra essa estratégia.

Ponto de partida para atacar uma defesa por zona: o contra-ataque

A primeira solução em que devemos nos concentrar contra uma defesa por zona é o jogo no contra-ataque.

Obviamente, uma defesa por zona é muito mais vulnerável antes de ser capaz de se armar, o que torna fundamental o rebote defensivo e um bom primeiro passe de contra-ataque que nos permita atravessar a quadra o mais rápido possível.

Meninas jovens jogando basquete

Se o adversário for capaz de neutralizar as opções de contra-ataque apresentadas nos obrigando a enfrentar sua defesa por zona a partir de situações estáticas, existem outras soluções que podemos adotar, cada um com seus próprios aspectos a se levar em conta.

Soluções alternativas

Uso do espaço

Ao enfrentar uma defesa por zona, nosso ataque deve ser o mais amplo possível. Com isso, conseguimos fazer com a defesa se abra e aumente o espaço entre cada defensor.

Qual é o nosso objetivo com esta tática? Principalmente obter uma maior facilidade para realizar penetrações; ao mesmo tempo, dificultamos a rotação defensiva da zona, dado que os defensores deverão passar por espaços maiores para recuperar suas posições.

Este primeiro conceito torna vital a distribuição dos nossos jogadores no ataque, maximizando o uso do espaço.

Se, além disso, quisermos confundir a defesa sobre de quem é a responsabilidade de marcar um jogador específico, podemos colocar os atacantes em posições intermediárias de diversas zonas de responsabilidade, conseguindo assim o efeito desejado.

Circulação da bola

Uma vez que tenhamos distribuído nossos jogadores de acordo com a seção anterior, é necessário sempre buscar garantir linhas de passe que nos permitam mover a bola com fluidez, forçando a defesa a permanecer em constante movimento. A defesa por zona fica confortável quando não é necessário se mover.

Este movimento contínuo da bola exige um trabalho intenso na criação de linhas de passe, fazendo com que a bola percorra toda a área de jogo – de canto a canto, se possível – buscando levar a bola dentro do garrafão, obrigando os defensores a se movimentarem em torno dela, permitindo desajustes que favorecem um arremesso externo.

Em relação a esta seção, a paciência é uma qualidade essencial, sempre tendo em mente que só temos 24 segundos para arremessar a bola.

Troca de posições

jogo sem a bola é fundamental quando se joga contra uma defesa por zona, o que exige atividade constante durante todo o ataque, com movimentos que dificultam a rotação por parte do lado fraco.

Esses movimentos contínuos são capazes de gerar desequilíbrios que significam maiores vantagens para o atacante.

Rebote ofensivo

A renúncia da marcação individual e ao afastamento de alguns defensores em relação ao aro pode causar um aumento em nossas chances de pegar rebotes ofensivos, o que o torna um aspecto principal que devemos explorar contra uma defesa por zona.

Bola entrando na cesta

Para explorar todas essas variantes ofensivas, precisamos conhecer uma série de conceitos básicos que devemos utilizar – de forma individual e coletiva – para atacar uma defesa por zona.

Conceitos básicos sobre atacar uma defesa por zona

Passes

Ao enfrentarmos uma defesa tática e estática como é a defesa por zona, o passe torna-se elemento fundamental para obrigá-la a se mover e forçá-la a cometer erros.

A necessidade de dar velocidade e dinamismo ao nosso ataque repercute na importância do trabalho dos jogadores sem a bola para obter uma boa circulação.

Se mantivermos a posse de bola por muito tempo, a defesa será capaz de se reposicionar facilmente e, dessa forma, nos depararemos repetidas vezes com uma parede enquanto o oponente corre ao contra-ataque.

Sobrecargas

No ponto anterior, dissemos que o passe estava intimamente relacionado com a circulação da bola. Neste caso, o conceito de sobrecarga está estreitamente ligado ao uso que fazemos do espaço de jogo e do jogo sem a bola.

Partindo da base de que em uma defesa por zona cada jogador é designado a uma parcela do campo, nosso objetivo com a sobrecarga é colocar mais atacantes do que defensores em alguma dessas zonas.

superioridade numérica fará com que os defensores não possam cobrir todos os nossos jogadores, tendo que decidir quais marcam e quais deixam de marcar, o que gerará situações de vantagem para nossos interesses.

Nesta seção, também é importante os movimentos que os jogadores sem bola executam em relação à bola, predominando os cortes fortes e procurando o aro nas costas dos defensores.

Divisões

Este conceito é baseado em atacar uma defesa por zona fazendo uso do bote. Basicamente, consiste em penetrar conseguindo forçar ajudas e criar desequilíbrios, o que sem dúvida favorecerá o surgimento de linhas de passe.

O principal erro cometido ao tentar atacar uma defesa por zona utilizando o bote é fazê-lo de frente, de forma que tentamos ultrapassar o adversário logo à frente.

No entanto, a maneira mais eficaz de fazer isso é buscar o espaço entre dois defensores, o que vai causar dúvidas nos rivais sobre quem deve cuidar dessa penetração.

Essas primeiras dúvidas podem gerar dois cenários, o de chegar dois ou mais defensores para ajudar a parar o ataque – o que irá gerar vantagens do outro lado da quadra, ou o de não chegar nenhum defensor para ajudar, o que facilitará fazer a cesta.

Para aplicar esse conceito de maneira eficaz, devemos procurar receber a bola o mais longe possível do defensor, de maneira que ele se encontre fora de alinhamento e consigamos nosso objetivo de nos dividir mais facilmente.

Ao mesmo tempo em que fazemos a divisão com a bola, o resto dos companheiros deve se mover em sintonia, ocupando posições onde sejam capazes de receber a bola, caso contrário, o esforço do jogador com a bola seria em vão.

De acordo com as características e o estilo dos nossos jogadores, devemos utilizar um ou outro conceito na hora de planejar como atacar uma defesa por zona, podendo usar apenas um deles ou combiná-los.

Uma vez que tenhamos assimilado e dominado todas esses fundamentos básicos, seremos capazes de desenvolver os esquemas de jogo mais adequados aos nossos interesses.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.