Como atacar uma defesa por zona no basquete
A defesa por zona é um dos recursos geralmente utilizados pelos treinadores quando, por qualquer razão, percebem que sua equipe está sendo uma verdadeira peneira defensiva e o adversário é capaz de chegar a cesta com muita facilidade. Neste artigo, ensinamos como atacar uma defesa por zona.
Existem vários tipos de defesa por zona oferecidas pelo basquete: pares, ímpares ou mistas. Todos elas se assemelham por priorizarem a defesa de um espaço específico da quadra defensiva sobre a defesa individual.
Como qualquer ação, essa modificação defensiva deve, irremediavelmente, produzir uma reação sobre o adversário, que é forçada a buscar soluções contra essa estratégia.
Ponto de partida para atacar uma defesa por zona: o contra-ataque
A primeira solução em que devemos nos concentrar contra uma defesa por zona é o jogo no contra-ataque.
Obviamente, uma defesa por zona é muito mais vulnerável antes de ser capaz de se armar, o que torna fundamental o rebote defensivo e um bom primeiro passe de contra-ataque que nos permita atravessar a quadra o mais rápido possível.
Se o adversário for capaz de neutralizar as opções de contra-ataque apresentadas nos obrigando a enfrentar sua defesa por zona a partir de situações estáticas, existem outras soluções que podemos adotar, cada um com seus próprios aspectos a se levar em conta.
Soluções alternativas
Uso do espaço
Ao enfrentar uma defesa por zona, nosso ataque deve ser o mais amplo possível. Com isso, conseguimos fazer com a defesa se abra e aumente o espaço entre cada defensor.
Qual é o nosso objetivo com esta tática? Principalmente obter uma maior facilidade para realizar penetrações; ao mesmo tempo, dificultamos a rotação defensiva da zona, dado que os defensores deverão passar por espaços maiores para recuperar suas posições.
Este primeiro conceito torna vital a distribuição dos nossos jogadores no ataque, maximizando o uso do espaço.
Se, além disso, quisermos confundir a defesa sobre de quem é a responsabilidade de marcar um jogador específico, podemos colocar os atacantes em posições intermediárias de diversas zonas de responsabilidade, conseguindo assim o efeito desejado.
Circulação da bola
Uma vez que tenhamos distribuído nossos jogadores de acordo com a seção anterior, é necessário sempre buscar garantir linhas de passe que nos permitam mover a bola com fluidez, forçando a defesa a permanecer em constante movimento. A defesa por zona fica confortável quando não é necessário se mover.
Este movimento contínuo da bola exige um trabalho intenso na criação de linhas de passe, fazendo com que a bola percorra toda a área de jogo – de canto a canto, se possível – buscando levar a bola dentro do garrafão, obrigando os defensores a se movimentarem em torno dela, permitindo desajustes que favorecem um arremesso externo.
Em relação a esta seção, a paciência é uma qualidade essencial, sempre tendo em mente que só temos 24 segundos para arremessar a bola.
Troca de posições
O jogo sem a bola é fundamental quando se joga contra uma defesa por zona, o que exige atividade constante durante todo o ataque, com movimentos que dificultam a rotação por parte do lado fraco.
Esses movimentos contínuos são capazes de gerar desequilíbrios que significam maiores vantagens para o atacante.
Rebote ofensivo
A renúncia da marcação individual e ao afastamento de alguns defensores em relação ao aro pode causar um aumento em nossas chances de pegar rebotes ofensivos, o que o torna um aspecto principal que devemos explorar contra uma defesa por zona.
Para explorar todas essas variantes ofensivas, precisamos conhecer uma série de conceitos básicos que devemos utilizar – de forma individual e coletiva – para atacar uma defesa por zona.
Conceitos básicos sobre atacar uma defesa por zona
Passes
Ao enfrentarmos uma defesa tática e estática como é a defesa por zona, o passe torna-se elemento fundamental para obrigá-la a se mover e forçá-la a cometer erros.
A necessidade de dar velocidade e dinamismo ao nosso ataque repercute na importância do trabalho dos jogadores sem a bola para obter uma boa circulação.
Se mantivermos a posse de bola por muito tempo, a defesa será capaz de se reposicionar facilmente e, dessa forma, nos depararemos repetidas vezes com uma parede enquanto o oponente corre ao contra-ataque.
Sobrecargas
No ponto anterior, dissemos que o passe estava intimamente relacionado com a circulação da bola. Neste caso, o conceito de sobrecarga está estreitamente ligado ao uso que fazemos do espaço de jogo e do jogo sem a bola.
Partindo da base de que em uma defesa por zona cada jogador é designado a uma parcela do campo, nosso objetivo com a sobrecarga é colocar mais atacantes do que defensores em alguma dessas zonas.
A superioridade numérica fará com que os defensores não possam cobrir todos os nossos jogadores, tendo que decidir quais marcam e quais deixam de marcar, o que gerará situações de vantagem para nossos interesses.
Nesta seção, também é importante os movimentos que os jogadores sem bola executam em relação à bola, predominando os cortes fortes e procurando o aro nas costas dos defensores.
Divisões
Este conceito é baseado em atacar uma defesa por zona fazendo uso do bote. Basicamente, consiste em penetrar conseguindo forçar ajudas e criar desequilíbrios, o que sem dúvida favorecerá o surgimento de linhas de passe.
O principal erro cometido ao tentar atacar uma defesa por zona utilizando o bote é fazê-lo de frente, de forma que tentamos ultrapassar o adversário logo à frente.
No entanto, a maneira mais eficaz de fazer isso é buscar o espaço entre dois defensores, o que vai causar dúvidas nos rivais sobre quem deve cuidar dessa penetração.
Essas primeiras dúvidas podem gerar dois cenários, o de chegar dois ou mais defensores para ajudar a parar o ataque – o que irá gerar vantagens do outro lado da quadra, ou o de não chegar nenhum defensor para ajudar, o que facilitará fazer a cesta.
Para aplicar esse conceito de maneira eficaz, devemos procurar receber a bola o mais longe possível do defensor, de maneira que ele se encontre fora de alinhamento e consigamos nosso objetivo de nos dividir mais facilmente.
Ao mesmo tempo em que fazemos a divisão com a bola, o resto dos companheiros deve se mover em sintonia, ocupando posições onde sejam capazes de receber a bola, caso contrário, o esforço do jogador com a bola seria em vão.
De acordo com as características e o estilo dos nossos jogadores, devemos utilizar um ou outro conceito na hora de planejar como atacar uma defesa por zona, podendo usar apenas um deles ou combiná-los.
Uma vez que tenhamos assimilado e dominado todas esses fundamentos básicos, seremos capazes de desenvolver os esquemas de jogo mais adequados aos nossos interesses.
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.