Todos os carboidratos são viciantes?
É fato que o consumo excessivo de carboidratos pode causar certos problemas. Isso é especialmente verdade quando falamos de açúcares simples, uma vez que estão relacionados ao diabetes e à obesidade em não atletas. Mas todos os carboidratos são viciantes?
Recentemente, surgiram artigos ligando a ingestão regular e excessiva de açúcares simples a certos tipos de doenças graves. No entanto, é muito comum o uso de carboidratos na indústria, principalmente o açúcar, como elemento regulador das propriedades organolépticas dos produtos.
Além disso, em muitas ocasiões a indústria se beneficia do poder conservante dessa substância, como acontece, por exemplo, no caso de compotas e conservas. Mas talvez esse consumo de açúcar seja motivado por algum outro fator, como o vício.
Os carboidratos são viciantes?
Um artigo do British Journal of Sports Medicine afirma que o açúcar atende aos critérios necessários para ser considerado uma substância viciante. Inclusive, foi provado com modelos animais que produz efeitos típicos de drogas, como tolerância, dependência e efeitos opioides.
Esses efeitos também ocorrem nos humanos, portanto, o açúcar é considerado uma substância viciante. Você deve ter um cuidado especial com a sua tolerância, porque a indústria tende a usar quantidades maiores desse alimento ao longo do tempo.
Nós rapidamente nos acostumamos com o sabor e perdemos a capacidade de distinguir um produto que é muito açucarado.
Composta de glicose, essa propriedade viciante também se aplica aos carboidratos. No entanto, os carboidratos simples são mais prejudiciais, porque são absorvidos mais rapidamente e produzem mais estresse no pâncreas.
Vale ressaltar que o açúcar causa uma grande secreção de insulina, que diminui rapidamente os níveis de glicose no sangue. Isso leva ao aparecimento de hipoglicemia pós-mandibular, que aumenta o apetite. Como resultado, o risco de cair em uma dieta hipercalórica aumenta.
Os adoçantes artificiais podem substituir os carboidratos?
Nos últimos anos, tornou-se popular o uso de adoçantes artificiais como substitutos do açúcar. Uma das vantagens é que eles têm o mesmo poder doçante, ou até mais, e contêm poucas calorias.
No papel, isso poderia torná-los uma ótima alternativa para reduzir a ingestão de açúcar e, assim, reduzir o risco de obesidade.
No entanto, a realidade é que os efeitos que eles têm sobre a resistência à insulina ainda não estão claros. Existem divergências na literatura, então não é possível concluir algo concreto com as informações disponíveis hoje.
Além disso, não sabemos o quão seguros os adoçantes são a médio e longo prazo. Mais pesquisas sobre seus efeitos no corpo seriam necessárias para demonstrar que elas não estão relacionadas ao desenvolvimento de doenças complexas.
Se os carboidratos são viciantes, qual é a solução?
O principal é consumir o açúcar de maneira responsável e, sempre que possível, reduzi-lo.
Uma boa forma de fazer isso é observar o rótulo de produtos alimentícios. Os alimentos processados geralmente contêm quantidades excessivas de açúcar que podem ser prejudiciais à saúde. Se você começar a ler os rótulos, poderá escolher alimentos com menos açúcar.
Outra maneira de reduzir o consumo de açúcar é priorizar os alimentos frescos em detrimento dos processados. Aumentar a ingestão de frutas e vegetais melhora significativamente a qualidade da sua alimentação.
Além disso, esses alimentos também aumentam sua ingestão de fibras, o que ajuda a reduzir a resistência à insulina, como mostra este artigo. Eles também ajudam a regular seu apetite e a fazer você se sentir satisfeito por mais tempo.
Em suma
Os carboidratos atendem aos critérios necessários para serem considerados viciantes. Além disso, sabemos com certeza que seu consumo regular em excesso pode ser prejudicial à saúde a médio e longo prazo. Por exemplo, carboidratos estão associados a um maior risco de obesidade e diabetes tipo 2.
Além disso, alternativas na forma de adoçantes artificiais não parecem ser uma solução para esse problema. Ainda são necessários mais estudos para confirmar sua segurança a longo prazo.
Portanto, a melhor opção é consumir açúcar de maneira moderada e responsável. Ler rótulos e escolher produtos com um menor teor de açúcar é uma excelente opção. Também é uma boa ideia incorporar uma quantidade maior de frutas e vegetais à dieta.
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