Excesso de exercício: como identificar?
Quando falamos em exercício físico e treinamento, a qualidade importa tanto quanto a quantidade. O sedentarismo não é uma boa opção para o bem-estar, mas, da mesma forma, o excesso de exercício também não faz bem.
Ao elaborar os treinos, é muito importante ter em mente que a carga, o volume ou a intensidade não podem ultrapassar os limites de cada atleta. É melhor ir aos poucos, aumentando a dificuldade progressivamente, do que querer fazer muito em pouco tempo.
Sinais e consequências do excesso de exercício
Muitas pessoas acreditam erroneamente que quanto mais treinarem, maior será o progresso. Essa ideia é muito perigosa e tem consequências negativas para a saúde da pessoa, tanto física quanto mental. Por esse motivo, a seguir, vamos falar sobre como detectar o excesso de exercício.
Sentir fadiga muscular e mental
A fadiga pode ocorrer de duas formas: fisicamente, como uma reação dos músculos ao estresse contínuo, ou a nível mental, como consequência de não se desconectar e encontrar momentos de relaxamento.
As pessoas que se exercitam excessivamente sentem mais dores musculares ou nas articulações, além de também apresentar um declínio nas habilidades cognitivas. Esse declínio se manifesta como dificuldade para se concentrar, lentidão de pensamento ou estados de irritabilidade.
Felizmente, qualquer tipo de fadiga é reversível. Basta planejar o descanso adequadamente e não se forçar a fazer mais do que é possível aguentar.
Apresentar mudanças no apetite ou no sono
Um dos sintomas do excesso de exercício é que isso afeta outros processos fisiológicos, como, por exemplo, a fome ou o sono. Isso não apenas influencia o desempenho esportivo de forma negativa, como também contribui para o desenvolvimento de estados emocionais negativos, tais como estresse ou ansiedade.
De acordo com um artigo elaborado por profissionais da Universidade Técnica de Machala, a síndrome de overtraining ou de excesso de exercício leva à insônia e à perda de apetite.
Muitas são as causas não relacionadas à atividade física que podem explicar esses fenômenos, então a melhor opção é consultar um profissional. Ainda assim, é possível suspeitar que isso esteja relacionado com o excesso de exercício quando também aparecem sintomas físicos e emocionais após o treinamento.
Maior dificuldade para atingir os objetivos propostos
A relação entre as horas de treinamento e o desempenho não é totalmente linear. Para um iniciante, é verdade que o progresso ocorre mais rapidamente ao passar mais horas treinando. No entanto, chega um ponto em que o desempenho desacelera e não é mais tão fácil progredir.
Isso é completamente normal e acontece com todos os atletas, mas a solução não é treinar mais do que o necessário. Na verdade, nesses casos, treinar excessivamente gera sentimentos de frustração e raiva porque a pessoa não consegue progredir tão rápido quanto gostaria.
Uma solução para evitar que isso aconteça é reavaliar os objetivos propostos constantemente. As metas não são obrigações inflexíveis que o atleta deve cumprir, mas sim um recurso para aumentar a sua motivação e ter informações sobre a sua taxa de progresso.
Exercícios que antes eram divertidos se tornam entediantes
Uma das chaves para aumentar o desempenho é introduzir variedade nos treinos. Dessa forma, não apenas o corpo deve reagir a um novo estressor, como também que a mente se refresca para evitar o tédio causado pela monotonia.
No entanto, um dos sintomas do overtraining é o tédio e a apatia em relação ao exercício físico. Ou seja, os treinos que antes eram enfrentados com garra e determinação passam a gerar rejeição e falta de vontade.
Em última análise, podem ocorrer consequências muito negativas para o atleta, como, por exemplo, a aversão ao treinamento ou evitar competições. Assim foi demonstrado por um artigo publicado pela Revista de Educación Física y Deporte.
Não caia no excesso de exercício
As consequências negativas da síndrome de overtraining se desenvolvem gradualmente. Ou seja, não é que o atleta acorda um dia sentindo todos esses sintomas negativos, mas sim que eles vão se instalando pouco a pouco até chegar a um ponto em que o seu bem-estar fica comprometido.
Por esse motivo, a boa prevenção e a detecção precoce são muito importantes. A prevenção começa com o planejamento bem estruturado dos treinos e do descanso, adaptados de acordo com as capacidades de cada atleta.
Por outro lado, para a detecção precoce, é imprescindível que os treinadores estejam atentos a possíveis variações ou quedas bruscas no desempenho esportivo. Da mesma forma, é necessário que o atleta saiba como detectar e comunicar esses sintomas.
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