Como combater a violência no esporte?

Nas últimas décadas, o esporte tem sido utilizado como incentivo para diminuir as taxas de conflito na sociedade. Paralelamente, a violência no esporte profissional mostra graves cenas de vandalismo.

Todos os dias assistimos ao fanatismo extremo, às brigas entre torncedores, aos danos à propriedade e até mesmo a mortes infelizes que geralmente acontecem como resultado da violência no esporte.

Da mesma forma que em qualquer outro setor da vida, a violência é multifatorial. Isso significa que ela é um fenômeno que pode surgir por vários motivos. Se pesquisarmos na internet, poderemos ver centenas de situações violentas nas quais atletas, técnicos e até fãs participaram.

Quase todos os esportes penalizam a violência

Ao contrário de outros problemas, como o racismo, por exemplo, a violência esportiva é penalizada em quase todas as modalidades. De fato, o que faz uma atividade física ser considerada um esporte é o estabelecimento de regras de competição. Quase todos os esportes estabelecem a ilegalidade da violência entre os competidores.

Mesmo práticas violentas como o boxe e o MMA têm regras. Com elas, é definido o limite entre competir e ferir o oponente. Todos os esportes de contato têm indicações sobre as ações violentas que não devem ser cometidas.

Futebol, beisebol e basquete são exemplos claros disso: neles, a violência e o comportamento antidesportivo são entendidos como oportunismo. Mas essa possibilidade de violência atrai um certo setor da população.

A figura da violência também existe em esportes tão vigorosos quanto o futebol americano e o hóquei no gelo. Na prática, apesar das penalidades, sempre veremos atos violentos, porque os praticantes são seres humanos com emoções.

Assim como todas as outras pessoas, eles também podem brigar, sair do controle, ficar frustrados e brigar, seja por um motivo compreensível ou devido a um descontrole emocional.

A violência nos esportes também invade os fãs

Alguns esportes como o futebol e o beisebol testemunham eventos violentos que ocorrem entre os seus espectadores. Isso geralmente se deve ao fanatismo e à existência de rivalidades em um mesmo campo de exibição esportiva.

Talvez o futebol seja o maior exemplo de como a violência nos esportes pode ser perigosa. Hooligans (originalmente da Inglaterra de décadas passadas, mas agora espalhados por todos os continentes), tumultos e até mesmo assassinatos são registrados de tempos em tempos em quase todos os campeonatos do planeta.

Paradoxalmente, o futebol tem as regras mais rigorosas contra os atos violentos que existem. Basta dar uma olhada nos regulamentos e protocolos da FIFA, o órgão que rege o futebol mundial.

Os jogadores podem ter penalidades longas de acordo com a gravidade da agressão cometida. Também há penalidades para equipes e estádios onde ocorram incidentes violentos por parte dos torcedores.

Competência das autoridades governamentais

A violência é uma questão de segurança do cidadão e geralmente constitui violações no nível legal. Por essa razão, as entidades governamentais geralmente dispõem de um efetivo policial para a realização de eventos esportivos. Sem dúvida, nem todos os países são iguais: há casos em que o conflito esportivo fica fora de controle.

Um caso notório é o da liga de futebol argentina. Lá, o fanatismo esportivo é um problema nacional, por isso o governo criou um regulamento com resultados díspares até agora. Além disso, as rivalidades entre os fãs se misturam com outras diferenças sociais, políticas e econômicas.

O último caso significativo de violência no esporte foi durante a final da Copa Libertadores 2018 entre o Boca Juniors e o River Plate. Naquela ocasião, houve fortes agressões de torcedores contra os jogadores.

Imagem: radiodos.com.ar

Violência no esporte e os desafios para o futuro

As sociedades evoluem e, com elas, também as formas de violência. Enquanto isso, as instituições esportivas estão se adaptando às novas realidades, reformulando os seus regulamentos. De uma forma semelhante ao que acontece no futebol, todos os esportes devem atualizar os seus códigos de conduta.

Os novos tempos apresentam novos cenários. Por exemplo, nos últimos anos houve ameaças terroristas em torno de eventos esportivos globais. Isso forçou as autoridades estatais e esportivas a redobrar os seus esforços em matéria de segurança.

Atualmente, o mais importante é incentivar uma cultura não violenta. Para tanto, sanções e campanhas educativas continuam sendo as principais ferramentas do esporte em sua luta contra a agressão.