Os efeitos de comer fast food depois do treino
Você gosta de comer um fast food para se recompensar depois do treino? O fast food não é saudável e isso não é novidade para ninguém. Esse tipo de comida contém substâncias que interferem no funcionamento dos sistemas fisiológicos do organismo, podendo levar a doenças complexas e metabólicas a médio e longo prazo.
Além disso, o consumo desse tipo de alimento após a prática esportiva pode influenciar a capacidade de recuperação do atleta.
A alimentação ineficiente é capaz de aumentar o risco de lesões no treinamento ou nas competições subsequentes, além de dificultar as adaptações musculares responsáveis pelo aumento do desempenho esportivo.
Fast food é pobre em nutrientes
O fast food é caracterizado por ser rico em energia, mas pobre em nutrientes. Quase não contém proteínas de qualidade, e esses nutrientes são de vital importância para garantir a recuperação do atleta.
De acordo com pesquisas publicadas no European Journal of Applied Physiology, após um esforço aeróbio ou anaeróbio, é essencial garantir a ingestão de proteínas para melhorar a capacidade de recuperação e as adaptações do tecido muscular.
No entanto, os alimentos que compõem o fast food geralmente não possuem as doses de proteína necessárias para completar a ingestão diária e melhorar a reparação do músculo danificado.
Os especialistas recomendam a ingestão de até dois gramas desse nutriente por quilo de peso muscular do atleta. É uma pizza industrial atingir um teor de proteína de mais de 10 gramas por porção.
As gorduras trans no fast food, outro problema
Outro fator que afeta negativamente a qualidade do fast food é o seu teor de gordura trans. Esses lipídios possuem atividade inflamatória, portanto são totalmente contraindicados após esforços físicos intensos, nos quais a prioridade é modular a inflamação.
Um estudo publicado na revista Progress in Lipid Research corrobora a capacidade desses ácidos graxos de estimular cascatas inflamatórias no corpo. Essa situação condiciona negativamente a capacidade de recuperação do tecido muscular e aumenta o risco de lesões subsequentes.
Por esse motivo, é essencial restringir a ingestão de fast food após exercícios intensos. Na verdade, este é um momento em que o corpo exige nutrientes de qualidade.
Após o exercício, os antioxidantes são melhores
Terminado o exercício intenso, o corpo necessita de um suprimento de fitonutrientes antioxidantes que modulam a oxidação e reduzem a produção de radicais livres. O consumo de fast food após o treino não satisfaz as necessidades desses nutrientes, e esse é outro motivo pelo qual seu consumo deve ser evitado nessas situações.
Em vez disso, é aconselhável comer vegetais e frutas, que contêm fitoquímicos capazes de reduzir o dano celular e melhorar a capacidade de recuperação.
Ao mesmo tempo, também podem aparecer alimentos ricos em carboidratos, mas estes devem ser de baixo índice glicêmico e de alta qualidade – os tubérculos seriam uma opção ideal.
Por fim, é necessário fornecer proteínas de alto valor biológico de carnes, peixes ou ovos. O fast food, porém, caracteriza-se por ser feito com farinhas excessivamente refinadas, derivados de carnes processadas de baixa qualidade e molhos que aumentam o valor energético sem conter nutrientes de alto valor para o corpo.
Evite o fast food depois do treino
Resumindo, é melhor evitar o fast food em qualquer situação. Esse conselho se torna ainda mais relevante quando falamos em consumir esse tipo de alimento após o treinamento.
Conforme explicado anteriormente, a ingestão de produtos à base de farinhas refinadas e com alto teor de gorduras trans pode afetar negativamente a capacidade de recuperação do atleta, aumentando assim o risco de lesões nas sessões subsequentes.
Para garantir uma boa recuperação, é necessário administrar nutrientes de qualidade.
A alimentação pós-treino deve ser caracterizada por conter proteínas de alto valor biológico nas quantidades necessárias, carboidratos complexos que permitam preencher os estoques de glicogênio e fitonutrientes. Caso contrário, a saúde é influenciada negativamente.
Por fim, lembre-se de que também é importante evitar refrigerantes ricos em açúcares, carboidratos de baixa qualidade e aditivos após o treino. É necessário estabelecer uma diretriz de reidratação, mas esta deve se basear principalmente na ingestão de água mineral.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Rindom E., Nielsen MH., Keeci K., Jensen ME., et al., Effect of protein quality on recovery after intense resistance training. Eur J Appl Physiol, 2016. 116: 2225-2236.
- Valenzuela CA., Baker EJ., Miles EA., Calder PC., Eighteen carbon trans fatty acids and inflammation in the context of atherosclerosis. Prog Lipid Res, 2019.
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.