O que é diástase abdominal e como ela afeta o treino?

Uma patologia comum da qual podemos sofrer, e às vezes sem perceber, é a diástase abdominal. No entanto, é importante tratá-la para evitar problemas associados.

A diástase abdominal pode afetar qualquer pessoa, independentemente de sexo ou idade. E, uma vez que afeta uma área envolvida em várias atividades da nossa vida diária, pode ser bastante limitante. Vamos ver o que isso significa, por que aparece e quais efeitos adversos essa patologia tem em nossas vidas.

O que é a diástase abdominal?

Esta patologia é baseada na separação dos músculos retos abdominais devido a uma falha do tecido conjuntivo que os une. O reto abdominal faz parte dos músculos abdominais.

Em condições normais, eles são mantidos em sua posição habitual graças ao tecido conjuntivo, que os mantém ali e permite que eles desempenhem a sua função normalmente. Esse tecido conjuntivo é chamado de linha alba do corpo, que é a faixa central dianteira do nosso abdômen.

Causas

Como dissemos, a diástase surge quando o tecido não funciona adequadamente. As principais causas dessa ocorrência são sedentarismo, más posturas, gravidez ou cirurgias nessa área.

No caso de sedentarismo e má postura, a diástase surge porque toda a parede abdominal está enfraquecida. Quando acontece devido a uma gravidez, o aumento da barriga estica o tecido conjuntivo e pode ser difícil de recuperá-lo depois.

Estima-se que mais de 60% das mulheres grávidas sofram de diástase abdominal. Além disso, se a diástase é causada devido à uma cirurgia, que corta ou danifica o tecido conjuntivo, ele perde a capacidade de manter as estruturas unidas e cede.

Quais são os seus efeitos?

Se você tiver uma diástase abdominal, a primeira coisa que você notará serão problemas de equilíbrio. Será difícil manter a postura e o seu corpo não conseguirá se estabilizar adequadamente, o que levará a problemas nas costas. Além disso, você provavelmente terá problemas digestivos de vários tipos.

Esses efeitos, principalmente o primeiro, têm um grande efeito na capacidade da pessoa realizar exercícios. É vital que o reto do abdômen desempenhe corretamente sua função ao contrair, porque é um ótimo estabilizador do corpo e um componente essencial da cintura abdominal.

Portanto, se os retos do abdômen são separados, eles perdem a funcionalidade. Visto que, precisamente devido à sua função, os músculos abdominais são utilizados em praticamente todos os exercícios que podemos realizar, isso nos impedirá de realizá-los corretamente.

Como curar a diástase abdominal?

Para se recuperar da diástase abdominal, devemos trabalhar a respiração, a postura, o assoalho pélvico e o core. Tudo isso deve ser feito com exercícios que não aumentem a pressão na área abdominal.

Por exemplo, nunca devemos fazer abdominais crunch ou exercícios semelhantes. Por outro lado, exercícios hipopressivos serão positivos. A ativação do músculo transverso do abdômen será nosso grande aliado nessa recuperação.

Por outro lado, devemos evitar fazer esforços no dia a dia que nos faça prender a respiração ou carregar cargas pesadas. Seguindo essa lógica, também será importante tratar a constipação caso ela apareça.

Os esforços para ir ao banheiro também aumentam a pressão nessa área do corpo. Se tivermos problemas de trânsito intestinal, passar longos momentos fazendo esforços contínuos será algo prejudicial.

Cintas também estão disponíveis para ajudar a colocar os músculos no lugar e permitir a recuperação do tecido conjuntivo. No entanto, elas devem ser usadas ​​apenas como um complemento. Em outras palavras, não podemos depender apenas delas para nos recuperar.

Podemos usá-las em conjunto com o nosso programa de exercícios proposto por um fisioterapeuta ou médico para nos dar um apoio extra. No entanto, nunca deve ser a única medida que devemos adotar, pois pode criar dependência e impedir de descobrir a causa real do problema.

Precisamos fortalecer a área com cuidado, visto que estaremos juntando o reto abdominal artificialmente. Como último recurso, existem procedimentos cirúrgicos para unir a musculatura em casos muito graves, como mostra a imagem acima.