Atletas refugiados que participaram da Rio 2016
Se você assistiu à cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016, deve ter notado que a equipe de atletas refugiados passou no desfile do comitê. Neste artigo, falaremos tudo o que você precisa saber sobre esse grupo de atletas e por que ele foi criado.
Qual é a equipe de atletas refugiados?
Identificada com o código ROT (Equipe Olímpica de Refugiados, em inglês), a equipe olímpica de atletas refugiados é uma das delegações que participaram dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Isso ocorreu após a equipe ter sido criada no mesmo ano pelo Comitê Olímpico Internacional.
O COI solicitou a todos os comitês olímpicos que identificassem e relatassem os atletas com status de refugiado devido a qualquer guerra ou conflito político em todo o mundo. Desde que essa decisão foi anunciada, 43 atletas se candidataram a fazer parte da nova delegação.
Os requisitos que os atletas tinham que atender eram três: marcas mínimas na modalidade esportiva, condição de refugiados endossados pelas Nações Unidas e características pessoais.
Por fim, foi decidido que para a edição dos Jogos Rio 2016, 10 atletas refugiados participariam. Além disso, todas as despesas, tanto de preparação quanto de roupas e viagens, foram pagas pelo COI por meio de sua equipe de Solidariedade Olímpica Internacional. Por fim, na representação oficial, eles usaram a bandeira olímpica.
Quem foram os atletas refugiados da Rio 2016?
A equipe de atletas refugiados que participou dos Jogos Olímpicos Rio 2016 foi confirmada em 3 de junho daquele ano. A queniana Tegla Loroupe foi eleita chefe da missão.
Além disso, a porta-bandeira na abertura dos jogos foi a sudanesa Rose Lokonyen. Embora não tenham conquistado nenhuma medalha, vale destacar os 10 atletas:
- Rami Anis: nascido na Síria, com residência na Bélgica. É atleta das modalidades de natação, nas especialidades de 100 metros livres e 100 metros borboleta.
- Yiech Pur Biel: do Sudão do Sul, residente no Quênia. Corre nos 800 metros do atletismo.
- James Nyang Chiengjiek: nasceu no Sudão do Sul, mas vive no Quênia. Compete nas provas de corrida de 400 metros.
- Yonas Kinde: nascido na Etiópia, mas refugiado em Luxemburgo. Dedica-se às provas de maratona.
- Anjelina Nadai Lohalith: também natural do Sudão do Sul, residente no Quênia. É especialista em corridas de 1500 metros.
- Rose Lokonyen: nascida no Sudão do Sul, refugiada no Quênia, participou da prova de 800 metros.
- Paulo Amotun Lokoro: mais um dos sudaneses que vivem no Quênia, participou do evento de atletismo de 1500 metros.
- Yolande Bukasa Mabika: nascida na República Democrática do Congo, mas atualmente vive no Brasil. É atleta do judô, na modalidade de menos de 70 quilos.
- Yusra Mardini: da Síria, mas morando na Alemanha, compete nos testes de 100 metros livres e 100 metros nado borboleta.
- Popole Misenga: nascida na República Democrática do Congo, refugiada no Brasil, compete no judô, na modalidade de menos de 90 quilos. Ele foi o melhor dos atletas refugiados nas competições, pois conseguiu chegar até as quartas de final (venceu o indiano Avtar Singh).
O que acontecerá em Tóquio 2020 com esses atletas?
Durante a 133ª Sessão do Comitê Olímpico Internacional, realizada em Buenos Aires, Argentina, em outubro de 2018, foi aprovada a participação de uma equipe de atletas refugiados nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.
O presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, autorizou a iniciativa, afirmando: “Em um mundo ideal, a equipe de atletas refugiados não deveria existir. Mas as razões pelas quais criamos esse grupo antes da Rio 2016 ainda permanecem.”
Posteriormente, em junho de 2019, foi publicada a lista de atletas refugiados que se candidataram a participar da equipe olímpica. Atualmente, existem 46 beneficiários das bolsas de refugiados oferecidas pelo COI, incluindo os 10 atletas que participaram da Rio 2016.
Eles eram nascidos no Afeganistão, Camarões, República Democrática do Congo, Eritreia, Etiópia, Iraque, Irã, Sudão do Sul, Sudão e Síria. Os atletas refugiados competem nas seguintes modalidades: atletismo, badminton, boxe, ciclismo, judô, karatê, tiro, natação, taekwondo, levantamento de peso e luta livre.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- IOC REFUGEE OLYMPIC TEAM. COI sitio oficial. https://www.olympic.org/refugee-olympic-team
- Clayton, J. Atletas Refugiados se preparan para ir a los Juegos Olímpicos y hacer historia. ACNUR. Julio de 2016. https://www.acnur.org/noticias/noticia/2016/7/5b7e71602e/atletas-refugiados-se-preparan-para-ir-a-los-juegos-olimpicos-y-hacer-historia.html
- La Vanguardia. Río acoge a la primera delegación de atletas refugiados en la historia de los Juegos Olímpicos. Agosto de 2016. https://www.lavanguardia.com/deportes/olimpiadas/20160802/403637595788/rio-de-janeiro-primera-delegacion-atletas-refugiados-historia-juegos-olimpicos.html